Por Rafaella Martinez
A paisagem muda rapidamente: o mar se transforma em mata e os navios que atracam no Porto de Santos são substituídos pelos caminhões que cruzam as estradas. A viagem tem gosto de saudade para Plínio Augusto. Estreante no elenco do Teatro a Bordo, o ator enxerga no caminho uma ponte para reencontrar o menino que no passado, ali por aquelas cidades do interior, sonhava com um futuro repleto de sorrisos nos muitos palcos da vida.
“Comecei a trabalhar em Piracicaba e hoje revisito, junto com o Teatro a Bordo, as muitas paisagens que fazem parte da minha história, do meu caminho. Cada cantinho por onde passei sonhando com um futuro onde eu pudesse estar fazendo exatamente o que faço hoje. É muito especial”, conta o palhaço e ator.
Em um contêiner como aqueles muitos que seguem em direção ao Porto de Santos, a trupe do Teatro a Bordo faz o caminho inverso: sai da cidade litorânea rumo ao interior do Estado de São Paulo, local onde neste mês de abril demos início às nossas andanças por esse Brasilzão cheio de histórias para contar!
A primeira parada foi na linda Jundiaí, onde nossa apresentação não poderia acontecer em lugar mais propício: na Praça Pôr do Sol. Foi ali que nosso cortejo de chegança passou; crianças e adultos confeccionaram bonecos brincantes cheios de cor e vida e risadas ecoaram pelo nosso ‘caixola de aço’ na sessão SOLene e no Embornal de Histórias.
Cordeirópolis, uma velha conhecida de nossas andanças, também nos recebeu de braços abertos entre os dias 28 e 29 de abril. Já era noite quando a luz do astro rei se fez presente na Praça da Matriz com o nosso ‘De Sol a Sol’.
Teve também estreia de outro tripulante: Hélder Nascimento passou a dar vida ao nosso querido Grandão. A interação com o público, que sempre recebe o nosso caixola de braços abertos, é o que mais tem feito brilhar os olhos do nosso novato.
“Viajar com o caixola tem sido fantástico, pois em cada cidade que chegamos percebo o quanto esse projeto é admirado e esperado pela população. De sol a sol levando alegria por onde passa, o Teatro a Bordo tem a magia de cativar o público encenando suas histórias pelo Brasil”, conta.
Trocas em cima do caixola. As apresentações dos artistas locais em cima do palco é outro destaque da programação.
Já fomos agraciados, nesse início de circulação, com as músicas de Renato Vianna e com uma linda apresentação do grupo de teatro ‘Pingo DÁgua’, além de grupos de dança de Cordeirópolis. “Esse contato com os artistas da cidade é muito gratificante. A troca que acontece é uma das experiências mais bonitas de rodar o Brasil”, completa Plínio.
Em busca de mais vivências e trocas (entre público e artistas locais) o Teatro a Bordo segue sua viagem com a apresentação do Ministério da Cultura e Instituto CCR, através da Lei Rouanet de Incentivo à Cultura.
Nos vemos pelas estradas!